Kia cee´d SW 1.6 CRDi


Nascido para seduzir

POR VEZES pago por falar cedo demais! Escrevi AQUI que, do ponto de vista estilístico o Kia cee'd era menos ambicioso do que o correspondente Hyundai i30, sobre o qual também já falei recentemente. Pois num curto espaço de tempo, tomei contacto com duas versões deste modelo que me fizeram corrigir uma impressão inicial, que, naturalmente, não deixa de ser sempre subjectiva e condicionada aos gostos particulares de cada um...

ESSAS VERSÕES são a carrinha e um três portas, de aspecto mais desportivo (ver mais abaixo) que entra agora em comercialização no mercado português. Quanto à primeira, vista de determinados ângulos, tem uma linha tão compacta e envolvente que nem dá a impressão de se tratar de uma carrinha. A forma do pilar traseiro e a correspondente superfície vidrada, não sendo inéditas, conferem-lhe um aspecto dinâmico muito desportivo, atenuam e enobrecem o natural acrescento daquela zona. Mas não só; esta configuração confere uma rigidez estrutural que acaba por melhorar o comportamento, sobretudo em curva pois contribui para atenuar qualquer deriva da traseira, compensando os 24 cm a mais face à versão de cinco portas.

ENTRE as características mais desejadas neste género de carroçaria, estão, naturalmente, a versatilidade do interior e a habitabilidade. Começando por esta última e pela capacidade da mala — uns fantásticos 534 l —, há ainda que referir o seu bom acesso facilitado pela altura da plataforma face ao solo e pela abertura ampla da respectiva porta. A bagageira dispõe de pequenos espaços sob o seu piso e esta divisória rígida é seccionada. A profundidade é boa, melhor ainda com o rebatimento do banco traseiro, atingindo uns notáveis 1664 litros de capacidade nestas circunstâncias. Estamos a falar de um carro que não chega aos 4 metros e meio de comprimento...

O RESTANTE do interior, pouco ou nada difere do 5 portas. Ou seja, as ambições do construtor em concorrer de igual com os best sellers do segmento, levou a que não descurasse em termos de design e da funcionalidade, bem como na escolha dos materiais ou na qualidade de construção. Trata-se de um carro claramente europeu desse ponto de vista; foi, de resto, essa a intenção e o objectivo é cabalmente atingido.
A habitabilidade para os passageiros é efectivamente boa e uma não menos favorável insonorização, contribuem decisivamente para o conforto. O painel de bordo ergonomicamente não fica atrás e os materiais também não desagradam; suaves ao tacto, insuspeitos quanto à sua fixação e conseguem-se alguns pormenores muito interessantes e modernos, nomeadamente na conjugação de cores ou na forma mais desportiva do volante.

NUM TODO o cee'd não parece inovar demasiado, mas destaca-se. Pela positiva. Capaz de superar em dois campos: não desagradar aos mais conservadores e ultrapassar a desconfiança dos mais cépticos, face a uma marca nova, proveniente de um mercado que para muitos ainda é estranho. Se bem que este carro foi desenvolvido e é construído na Europa, o seu grupo construtor possui bons índices de fiabilidade e de satisfação nos inquéritos a clientes regularmente realizados e sete anos ou 150 000 km de garantia aos principais órgãos mecânicos, sempre são uma prova de confiança no que se produz...

A SUA estrutura compacta garante-lhe capacidade de manobra, enquanto a visibilidade facilita a condução. A complexão do banco proporciona um apoio uniforme ao corpo, com a posição de condução bem alinhada. Os comandos são de fácil acesso e a leitura dos instrumentos também. Há pequenos espaços em número suficiente. E, toque de modernidade, ligações USB e jack para ligação de fonte externa de som.

POR FALAR em conforto, e sendo essencialmente um carro familiar, esta versão não desilude e acaba por justificar a designação «Sporty» Wagon... É por isso que adjectivo idêntico se pode aplicar ao comportamento, beneficiado pelas dimensões e pelos pneus que a equipam. A suspensão parece branda, mas é muito eficaz quando se trata de abordar percursos mais sinuosos e, este motor, bem mais agradável do que a versão a gasolina experimentada no «cinco portas», proporciona-lhe um desempenho dinâmico deveras interessante.

O MAIS interessante do comportamento deste motor é a sua «docilidade» em baixas rotações. De facto, o acréscimo de peso da versão não parece condicionar muito a sua elasticidade, o que demonstra também uma ligação bem feita com as relações da caixa de velocidade. Isso revela-se igualmente no modo convicto com que se desenvolve em estrada aberta, invadindo o habitáculo com um suave e nada incomodativo «ronronar», que se deve, principalmente à ausência de uma sexta velocidade.
O que acabaria por melhorar outro aspecto já de si bom neste motor: a economia dos consumos.
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PREÇO, desde 22 000 euros MOTOR, 1582 cc, 115 cv às 4000 rpm, 16 V., 255 Nm entre as 1900 e as 2750 rpm, Injecção Directa common rail com turbo de geometria variável (VGT) CONSUMOS, 5,9/4,3/4,9 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES CO2, 130 g/km
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Arrebatador!

MAIOR, mais baixo e mais leve do que o «cinco portas», o Cee’d SCoupé (internacionalmente conhecido por pro_cee’d) é decisivo para cativar um nicho de consumidores completamente novo e até mesmo reticente à marca coreana. Para além do seu aspecto desportivo e do tejadilho rebaixado, apresenta uma distância entre eixos que lhe permite dispor de espaço interior, tanto para os passageiros como para as suas bagagens, bem como um nível de equipamento e de segurança actuais e deveras completos.
O SCoupe foi a base de estudo para os outros modelos da gama Cee’d, mas não perdeu o seu carácter «autónomo» e exclusivo. O resultado, nomeadamente a nível da zona traseira, é francamente bonito e bastante bem conseguido. O tejadilho mais baixo não o impede de oferecer praticamente a mesma comodidade e versatilidade da restante gama, com a mala a manter os 340 l de capacidade.
Esta versão passa a estar presente no mercado nacional equipada com motores diesel 1.6 (de características idênticas ao que é falado no texto principal) e a um mais potente 2.0l com 140 cv. O preço principia nos 23400 euros para o primeiro e nos 28700 para o segundo. Os menos exigentes terão ainda ao dispor um 1.4 a gasolina a partir de 18200 euros.

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