ENSAIO: Peugeot 308 1.6 HDi/110 CV


Com excepção do português, tudo se alterou e a crescente integração das marcas, bem como a partilha de componentes, levou a que se esbatam as características principais que ajudavam a definir a proveniência de um automóvel. Obviamente que as exigências dos consumidores também aumentaram e o mais curioso é terem crescido na ordem inversa ao tempo de vida previsto para um veículo...

A colocação ligeiramente mais elevada dos bancos beneficia também a visibilidade e aumenta o conforto dos ocupantes, que precisam de menos espaço para colocar as pernas. Daí que, não sendo o familiar em termos reais com mais espaço interior, o disfarce de forma engenhosa. E a ampla superfície vidrada lateral acentua mais essa impressão.
Ainda que estruturalmente não seja um monovolume, pelo que atrás escrevi, o 308 tem algumas semelhanças. É alto por fora e amplo em altura por dentro. As preocupações para que todos se sintam confortáveis (exceptuando um eventual passageiro central traseiro, devido à forma deste banco), ajuda a fazer justiça à tal fama das viaturas francesas. O condutor, independentemente da altura, facilmente encontra a melhor posição. Banco e o volante dispõem de múltiplas regulações, e até o comando da caixa de velocidades se encontra colocado de uma forma muito prática: ligeiramente elevado e avançado, mais uma vez a lembrar a posição de um monovolume. Os comandos principais estão dispostos de uma forma racional, garantido a sua funcionalidade.

Motor conhecido
O motor que equipa a unidade ensaiada é o por demais conhecido e multifacetado bloco 1.6 HDi com 112 cv. Trata-se de um dos mais apreciados da classe, pela combinação de prestações e baixos consumos, sendo um dos que oferece melhor rendimento. Utilizado não apenas no grupo PSA, mas igualmente vendido a outros construtores, apenas deixa a desejar pela ausência de uma sexta velocidade, o que contribuiria para consumos ainda mais modestos em estrada.
Para além de bastante suave e muito precisa, a caixa de 5 velocidades proporciona ao 308 bastante desenvoltura para as pretensões familiares do conjunto. Mais uma vez é possível admirarmo-nos com a extraordinária evolução que os motores diesel tem conhecido nos últimos anos. Esta unidade é bem a prova da ausência não apenas de vibrações, como do seu baixo ruído de funcionamento.
Familiar equilibrado

Estas cotas vieram então colocar uma outra questão que se prende com o comportamento. Maior altura resulta, inevitavelmente, num desempenho diferente na abordagem de curvas, nas variações bruscas de direcção ou até mesmo face a travagens imprevistas. Para manter a estabilidade, foi endurecida a suspensão. Para com isso não penalizar o conforto, as versões familiares surgem equipadas com pneus de perfil mais elevado, com maior capacidade de amortecimento.
Sendo essencialmente uma versão muito familiar, o Peugeot 308 1.6 HDi tem um desempenho bastante seguro e previsível, mesmo quando provocado, sendo perfeitamente natural alguma tendência para alargamento da trajectória.
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PREÇO, desde 24500 euros MOTOR, 1560 cc, 110 cv às 4000 rpm, 16 V, 260 Nm às 1750 rpm, turbodiesel de geometria variável, common-rail, filtro de partículas PRESTAÇÔES, 180 km/h CONSUMOS, 6,0/3,9/4,7 l (cidade/estrada/misto) EMISSÕES POLUENTES 125 g/km de CO2
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Resultado dos testes EuroNcap (2007):
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