ENSAIO: Volvo V70 D3 2.0D (MY2011)
Raça, carácter, prestígio
O Volvo V70 — o V significa carrinha e provém de "Van" — é um carro nobre. De facto as suas linhas não parecem estilisticamente muito arrojadas ou com contornos demasiado elaborados, mas é essa simplicidade vincada do traço que lhe confere raça. Carácter. E, definitivamente, que ajudam a impor o prestigio de que goza. Por isso, é um privilégio poder conduzir carros assim. Automóveis que, independentemente da sua forma ou do fim a que prioritariamente se destinam, transportam em si um historial de qualidade, segurança e capacidade dinâmica. E que, por tudo o que acabou de se afirmar, adquiriram (e fornecem) um estatuto. Que, esperemos, o futuro não venha a colocar em causa.

Segurança máxima

Mas o que justifica trazer agora para este espaço um carro lançado em 2007, porém actualizado este ano e por isso preparado para uma nova vida no mercado, é a disponibilidade deste novo e magnífico penta-cilíndrico diesel de 2,0 litros com 20 válvulas, concebido a partir do bloco 2.4D igualmente presente na gama. Muito menos anémico do que o seu antecessor e mais razoável do que o 1.6 D Drive, num carro que, vazio, pesa 1700 kg, (e quase 15 mil euros mais competitivo do que a versão que se lhe segue), a V70 D3 tem como caracteristicas uma potência generosa de 163 cv e, mais expressivo e importante do que isso, um binário de 400 Nm às... 1400 rpm!
Há ainda que referir que este motor consegue ser mais económico em estrada do que o seu antecessor — e esta é claramente uma versão com "pedigree" de estradista —, com reflexo positivo sobre as emissões de CO2. Ocorreu ainda uma melhoria das prestações.
Prazer supremo
Como é fácil de calcular por estes valores, esta versão é tudo menos monótona de conduzir. Ou se calhar não; é tão eficaz que até aborrece! Com uma caixa de seis velocidades brilhantemente escalonada, uma direcção precisa e correctamente assistida, o seu comportamento em estrada melhora bastante com a lotação completa. Isto porque o comprimento e a distribuição de pesos não favorece a traseira que, com carga, ganha mais apoio e tracção. No entanto, quer em curva quer até mesmo em manobra, facilmente o condutor se esquecerá das suas avantajadas proporções. É que aliado ao grande poder de manobra, a ampla superfície vidrada lateral e traseira, conferem à V70 uma excelente visibilidade em todas as direcções.
Com preços a partir de 46 mil euros, o consumo combinado de 5,5 garante, segundo o fabricante, uma autonomia superior a 1200 km. No entanto, a média do ensaio ficou ligeiramente acima dos 7 litros.
PREÇO, desde 46 000 euros (*)
MOTOR, 1984 cc, 163 cv às 4000 rpm, 400 Nm das 1400 às 2850 rpm
PRESTAÇÕES, 210 km/h, 9,9 seg. (0/100 km/h)
CONSUMOS, 7,2/4,6/5,5 l (cidade/estrada/misto)
EMISSÕES CO2, 144 g/km
(*) Acrescem despesas. Motor 1.6DRIVe com 115 cv, a partir dos 38000 euros
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